sábado, 23 de abril de 2016

A mãe que desejo ser



Durante minha gravidez li tantos assuntos relacionados a maternidade no geral e sobre a criação de filhos, que muitos deles me fizeram refletir como queria que tudo ocorresse enquanto esperava minha filha chegar e depois que ela chegasse ao mundo.
Minhas inúmeras pesquisas sobre o que poderia ser melhor ou pior para ela, me fizeram adentrar num questionamento muito importante: Estarei respeitando minha filha se fizesse essas coisas?
Minha pequena é um ser cheia de sentimentos e emoções, então seria importante eu levar em consideração se as coisas que fizesse iriam desrespeitá-la como um pequeno ser que também tem sentimentos...

Minha primeira escolha foi:

1. Vou deixá-la vir ao mundo quando ela quisesse e da forma mais natural


Não marquei cesárea, pois fazendo um balanço de tudo que li a respeito, faz mais mal que bem (não entrarei no mérito de discutir acerca do assunto), meu pensamento inicial foi:
Deixarei minha filha escolher o dia que quer nascer, sentirei as dores por amor a ela, pois sei que estará pronta para vir ao mundo. Não consegui ter da forma mais natural, mas esperei o tempo dela querer vir ao mundo, aguentei quase um dia inteiro de contrações para que minha pequena fosse respeitada na sua primeira decisão.

Minha segunda escolha foi:

2. Conversaria com ela a respeito de tudo que envolvesse sua pessoa

Respeitaria minha pequena em cada coisa que fizesse com ela, poderia parecer estranho, eu só falar e ela só ouvir, mas acredite, eles entendem.  Ao trocar a fralda dizia tudo que fazia, pedia com licença ao limpá-la, pedia para ela me ajudar; ao dar de mamar dizia que estava alimentando-a para que crescesse forte e sadia; ao dar banho ia dizendo cada parte do corpinho que lavava e explicava como era importante ficar limpinha.  Na minha segunda escolha, decidi que não faria tudo no automático como se fosse fazer algo a um ser que não tem vida. O resultado? seu olhar para mim parecia que estava entendendo tudo e em pouco tempo (ainda no primeiro mês) minha pequena Ana Liz já agradecia com um sorriso que passou a ser constante nas nossas conversas.

Minha terceira escolha foi:

3. Ajudaria minha Ana a se desenvolver, não deixando-a no bercinho ou qualquer outro lugar o dia inteiro ou grande parte do dia sem minha presença.

Meus afazeres domésticos e outras tarefas não iriam substituir o tempo que minha filha precisa de mim, afinal como ouvi de muitas pessoas: aproveita, porque eles crescem rápido!
Qual influência daria se a deixasse o dia inteiro no berço, carrinho, seja lá onde? Minha casa por muitas vezes ficou de cabeça pra baixo, mas a vida de uma criança com sentimentos e emoções era mais importante, pensei: será que eu gostaria de ficar o dia inteiro olhando pro teto branco da minha casa sem fazer nada, já que não posso andar? Que tedioso seria! Quando parava para arrumar a casa, ela ia junto, colocava ela sentada num berço que inclinava dando a sensação de estar sentada e ia contando tudo que estava fazendo e arrumando.
Pesquisei muito sobre o desenvolvimento de bebês e comecei a por em prática as coisas interessantes que aprendi para estimular minha filha. Era muito nítido que ela se divertia ao fazer as atividades que fazíamos, em pouco tempo percebi seu progresso e as pessoas de fora comentavam como ela estava esperta pra idade que estava! Muitas vezes eu ficava cansada, mas escolhi ser mãe e escolhi respeitá-la como ser humano.

Minha quarta escolha foi:

4. Ser mãe em tempo integral

Essa é uma decisão muito difícil para muitas mães e não é nada fácil, mas nada substitui a criação que uma mãe pode dar ao seu filho, decidi não confiar a criação da minha Ana a nenhum lugar ou pessoa que não fosse eu mesma, seria mãe em tempo integral. Ainda mais quando lia notícias horrorosas sobre maus tratos a bebê e crianças, isso me deixava escandalizada! E só em pensar que numa creche junto com muitas outras crianças, minha filha não teria todo o estímulo e atenção que poderia ter se tivesse em casa comigo, me causava um medo. Já trabalhei em muitas escolas (sou professora) e sei a realidade de se trabalhar com muitas crianças numa sala.

Minha quinta escolha foi:

5. Ensinar sobre o amor de Deus

Acreditamos em um Deus criador de todas as coisas, um Deus amoroso que deu seu único filho por amor a humanidade para que tivéssemos livre acesso a Ele, esse amor atingiu nossas vidas e fez transformações que só Deus pode fazer.
Decidi que apresentaria este amor à minha filha de diversas formas, para que ela pudesse ver que este amor faz diferença nas nossas vidas, nos faz respeitar e amar nosso semelhante que é criado à imagem do próprio Deus.

Ainda há muitas escolhas a fazer, mas sempre levarei em consideração o respeito à minha filha, um ser criado à imagem de Deus, cheia de sentimentos e emoções.

Liérgi Altmann.